Reengenharia para o Brasil na visão de um Contador – A revolução sem sangue é uma proposta de reestruturação da mecânica de gestão da política nacional a partir da realidade que transformou uma nação numa armadilha social que afetou vitalmente a própria sustentabilidade econômica e ética do Brasil.
O privilégio no Brasil custa demais
Nos capítulos deste livro você vai encontrar uma breve análise dos problemas que trasformaram o governo Brasileiro em um dos mais caros, corruptos e ineficientes, assim como uma solução prática de como podemos ter uma gestão melhor, mais justa e alinhada com a realidade do país.
O Cartão Corporativo foi criado em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por meio de uma portaria. Nas gestões seguintes, juntando os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), o gasto com o cartão foi de impressionantes R$ 670 milhões. Para você ter uma ideia do problema e, de acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes: “O Brasil tem apenas R$ 19 bilhões dos R$ 1,842 trilhão do PIB para investir”. Calculou? O resto é consumido internamente ano após ano. Ou seja, nos matamos para sermos consumidos pela nossa generosa capacidade de privilegiar poucos em detrimento ao povo. E condenamos o futuro de gerações porque não temos grana suficiente para modernizar o país.
Está lá, no artigo 102 da Carta Magna, o Supremo Tribunal Federal é o Guardião da Constituição. O problema é que o corporativismo, a fome, o desejo de poder, os conchavos, o desequilíbrio ético ao analisar as leis e colocá-las acima do bem e do mal tornaram a entidade numa casa que perdeu a confiabilidade ao fazer o joio e o trigo terem o mesmo peso. Caro! Muito caro! Está entre as corporações mais caras do planeta a um povo. Só em 2017, despesas com serviços, incluindo aquisição de autopeças, pneus e lavagem dos veículos oficiais, custaram R$ 292.510,65. O STF gastou em 2018, só para contratar uma rede de lava jatos e oficinas mecânicas para limpeza e manutenção de sua frota de carros, valores que chegam a R$ 1.144.273,53! Mais de R$ 1,1 milhão só para atender automóveis! Um escândalo!
O responsável por ser o instrumento de aplicabilidade da Lei, o Judiciário Brasileiro é 3,5 vezes mais caro que o alemão, por exemplo. Magistrados brasileiros chegam a ganhar o triplo de seus colegas alemães. Com salários já altos para um país como o nosso, os privilégios chegam a beirar ao ridículo. Segundo a Deutsche Welle, grupo internacional de mídia da Alemanha: “Em 2017, o auxílio-moradia para juízes e procuradores custou R$ 399 milhões aos cofres públicos. Em 2016 o Judiciário nacional custou ao bolso do cidadão nada menos do que R$ 84,8 bilhões”. Seguramente, pagamos por um dos sistemas judiciários mais caros do mundo. O valor de 2016 simplesmente representou 1,4% do PIB brasileiro. O que isso significa? Que no mesmo período a Alemanha gastou com seu Judiciário 0,4% do seu PIB. E você sabe que o PIB alemão é praticamente o dobro do brasileiro!
Você sabia que, mesmo após estar na prisão, o ex-presidente Lula tem à disposição seis funcionários comissionados pagos pela União (por você) para segurança e assessoramento? Lula tem seis servidores e dois carros à disposição. E estou falando de um político que, enquanto no poder, comandou uma das maiores quadrilhas de corrupção da história universal. Mas o que mais deveria doer em quem tem um mínimo de inteligência e amor a si é que o ex-mandatário garantiu na Justiça essa prerrogativa!
Uma das principais razões desta obra é justamente por termos suportado sem gemer esta vergonha de sustentarmos o segundo maior Legislativo do Planeta Terra. Como se não bastasse o desserviço histórico desta instituição comerciocrata para com seus verdadeiros reis e rainhas (o povo), deixamos ela fazer o que bem quisesse da gente. Votamos de quatro em quatro anos e fomos nos especializando em colocar na Câmara dos Deputados representantes de tudo, menos da população.
Este é um capítulo que merece uma atenção especial porque a palavra “Privilégio” ganhará dimensões de arte daqui por diante. Você vai conhecer como uma organização, uma entidade pode sugar o suor de um povo e garantir para si e seus descendentes status de realeza. São os afortunados da exorbitância, os sultões do país das chuteiras, do povo que se contenta com cesta básica, auxílio desemprego, salário e aposentadoria mixuruca na conta no final do mês, educação de Terceiro Mundo, estradas de Terceiro Mundo, saúde de Terceiro Mundo, infraestrutura de Terceiro Mundo, ciência de Terceiro Mundo… Mas permite privilégios de deuses para políticos e parasitas grudados neles, por isso a importância mais do que urgente da Reengenharia que proponho para o Brasil. Porque o nosso Brasil é a grande vítima, concorda?
Você já se perguntou o que significa para o teu país um Estado da federação mal administrado? Não? Pois deveria, já que muito da grana do teu suor paga dívidas monstruosas feitas por políticos oportunistas, gestores lunáticos nos Estados. Você sabia que a União – o teu país – gastou R$ 8,35 bilhões para bancar dívidas não pagas por Estados em 2019? Só o Rio de Janeiro é responsável pela metade deste dinheiro.
Este é um assunto por demais assustador. Sim, assustador! Porque ao analisar o sistema previdenciário brasileiro, salta aos olhos do observador mais atento e do olhar mais criterioso uma indecência sem comparativo na história nacional. Aquilo que deveria ser um porto seguro, onde o trabalhador ancora seu barco depois de labutar por tantos anos em mares muitas vezes violentos e desgastantes, foi transformado pelo corporativismo criminoso de grupos de especialistas em leis numa armadilha contra o povo. Elitista, “corporaticida”, segregadora, injusta, facciosa, parcial, oportunista… A Previdência Nacional se tornou algo como fruto de um assalto aonde “quem chegou primeiro, levou”.
Está aí uma verdadeira “chaga aberta” quando o assunto é gestão pública. Essa é uma realidade que devemos renegociar na Reengenharia proposta para o novo Brasil. Esse é um dos exemplos que devemos reconfigurar num país moderno e justo. Você já se perguntou: – Afinal, os municípios vivem do quê? Certo, basicamente, cada município brasileiro se alimenta de três formas: Arrecadação Própria: com recursos do ISS – Imposto Sobre Serviço, IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano, ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis e Taxas – coleta de lixo, fiscalização de estabelecimentos, etc. Entram aqui as tais taxas disso, taxas daquilo, taxas daquilo outro, taxas do outro daquilo, taxas, taxas, taxas…
De acordo com a Agência Senado, só o custo de manutenção dos imóveis funcionais da casa é de aproximadamente R$ 30 milhões anuais. Disse o senador Eduardo Girão: “A maioria dos senadores normalmente só permanece em Brasília durante três dias por semana”. Ou seja, você aí paga só de manutenção R$ 30 milhões por ano para os senadores ficarem três dias em média por semana nos imóveis. O senador inclusive propõe substituir os imóveis por auxílio-moradia. O que é inteligente, já que sai um custo permanente para algo que pouco se utiliza e entra um custo variável e menor. Não que eu concorde, você já entendeu o objetivo deste livro: basta de privilégios!
Na reengenharia que proponho, o Ministério da Educação vai mudar para Ministério do Ensino. Afinal, um país enquanto país, uma sociedade enquanto entidade de convivência, não educa! Quem educa seres humanos são os pais. E falo aqui, se me permites, de uma experiência pessoal. Como catequista da minha igreja, percebi nitidamente que os pais são verdadeiramente os primeiros catequistas que me antecederam. Incrível! As crianças sabem rezar, sabem respeitar, trazem a pureza da Família e, obviamente, os seus valores. É do núcleo familiar a responsabilidade desta missão.
E continuamos no país que se permite patrocinar eleições com o teu suor! Como se já não bastasse as loucuras que o povo admite, como as que relatei neste livro, temos ainda este câncer exposto que é o Fundo Eleitoral. Uma facada na decência e uma mostra inequívoca que sua estima enquanto cidadão e fator de mudança da vida nacional está abaixo do mínimo. Pressionado como nunca antes pelo Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para o próximo pleito. Isso que o pedido inicial dos deputados e senadores era de, acredite, R$ 3,8 bilhões. Num país devastado pelo Corona Vírus, os nossos amados partidos políticos vão poder se deliciar para comprar votos com a grana do brasileiro! Porque dinheiro público, no Brasil, não existe de verdade, ele é tanto uma utopia, que foi assaltado pelos políticos tupiniquins através dos anos e mantido longe da fiscalização do cidadão.